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IBITIRA
Rochoso
TIPO:
CLASSE:
CLAN:
GRUPO:
SUB-GRUPO:
TIPO PET.:
EST. CHOQUE:
INTERPERISMO:
PAÍS:
ANO:
DESCRIÇÃO:
ACONDRITO
VESTA
HED
EUCRITO
-
-
-
BRASIL - MG
1957
Eucrito monomítico de pigeonita-augita não-brechado, oriundo do asteroide Vesta.
PETROGRAFIA:
A característica textural mais marcante do meteorito é a presença de vesículas, quase esférica e muito uniforme em tamanho, compreendendo mais ou menos de 5 a 7% o volume da rocha meteorítica. O meteorito é holocristalino, com grãos finos e exibe uma pronunciada textura hornfélsica. Sem evidência de brechas nas amostras estudadas. No entanto, as evidências texturais e mineralógicas indicam que o meteorito foi submetido à um elevado metamorfismo por choque, no qual afetou o plagioclásio presente a tridimita. A superfície do meteorito é coberta por crosta de fusão. Fonte: Gomes & Keil (1980).
GEOQUÍMICA:
De acordo com Wilkening & Anders (1975) e Steele & Smith (1976a, b), o meteorito consiste essencialmente de piroxênio (60% vol.) e plagioclásio (30% vol.), com quantidades menores de tridimita (5% vol.) e minerais acessórios como a olivina, cromita, ilmenita, metal FeNi (kamacita), troilita e merrillita totalizando os outros 5% do volume da rocha. O piroxênio presente é principalmente a pigeonita (En39.0 Fs57.3 Wo3.7) com lamelas de augita (En31.4 Fs26.7 Wo41.9) bem definidas na maioria dos grãos. Plagioclásio é não-zonado e exibe mosaicismo durante a extinção e estados estruturais variáveis. Sua composição é constante com média de An95. A Fe-olivina (Fa83.3) é encontrada no entorno de um aglomerado de ilmenita- Ti-cromita, onde a ilmenita e cromita são os principais opacos presentes. Eles estão intercrescidos um com o outro e possuem uma composição uniforme em cada intercrescimento, apesar desses últimos apresentarem uma variação considerável entre eles. Grãos escolhidos da vesícula apresentam a mesma composição. A kamacita geralmente está associadas a troilita, mas também pode ocorrer troilita em grãos isolados. A troilita também pode estar associada com a cromita-ilmenita ou circundando os grãos de piroxênio. Dados de Steele & Smith (1976b) mostram diferentes concentrações de Co e Ni nas fases de FeNi, dependendo da natureza de associação mineral. Quando associado a troilita, o Co varia de 0.80 a 1.10% e Ni (~0.88%). Quando FeNi está associado com fases opacas essas concentrações são mais baixas (Co 0.40-0.60%; Ni 0.10-0.35%). Fonte: Gomes & Keil (1980).
CLASSIFICAÇÃO:
Ibitira é um eucrito do clã conhecido como HED, oriundo do asteroide Vesta, e um dos poucos acondritos monomíticos de pigeonita-augita não-brechado, apesar de mostrar evidências de um elevado metamorfismo por choque, dando ao meteorito uma característica de recristalizado. Fonte: Gomes & Keil (1980).
CLASSIFICADORES:
Não existe registro no Meteoritical Bulletin. A queda foi reportada por Menezes (1957) e o meteorito foi listado por Hey (1966) e Hutchison et al. (1977). Fonte: Gomes & Keil (1980).
HISTÓRIA:
Caiu no dia 30 de junho de 1957, por volta das 17:00h na fazenda Monjolo, em Martinho Campos, perto de Ibitira. O meteorito só foi recuperado pois um astrônomo amador assistiu a queda e o Centro de Estudos Astronômicos César Lattes (hoje CEAMIG, localizado no Colégio Santo Agostinho em Belo Horizonte), enviou cartas a todas as prefeituras da região perguntando a direção em que o bólido seguiu. Todos os tipos de evidências indicavam o ponto final da trajetória para a área de Martinho Campos, próximo a vila de Ibitira, com apenas uns 200 habitantes na época. Na Fazenda Monjolo, próximo a Ibitira, o barulho do trovão foi seguido de um assobio como da passagem de uma bala, seguindo-se imediatamente do barulho de algo caindo sobre o solo, um rapaz na região ouviu o barulho e avistou o gado correndo do pasto em cima do morro para o vale. A busca efetuada pelos observadores do centro, na caça por fragmentos do meteorito, foram infrutíferas, dado ao local de queda ser um cerrado difícil de pesquisar. Assim regressaram a Belo-Horizonte, onde organizaram uma caravana para a busca, que só pode seguir no dia 3 de agosto. Quando voltaram a Ibitira, foram informados que um lavrador, ao apanhar lenha na capoeira encontrara uma pedra estranha que apanhara e entregara ao farmacêutico local. Era um meteorito de cerca de 2,5 kg com uma camada exterior preto brilhante típica de alguns tipos de acondritos, embora a estrutura interna vesicular diferia de todos os meteoritos conhecidos até então. A análise foi realizada pelo Instituto Tecnológico de Belo Horizonte que apesar de ter dado a descrição petrológica, não o classificou como meteorito. A publicação e reconhecimento foi dado em dezembro de 1957 no Meteoritical Bulletin nº 6. Descrição obtida nos documentos do Museu Nacional.
Todas as informações que não possuírem fonte especifica, foram extraídas do Meteoritical Bulletin Database.
Todas as imagens possuem direitos autorais.
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