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Serra de Magé é um eucrito cumulado do clã conhecido como HED, oriundo do asteroide Vesta.
PETROGRAFIA:
Moraes & Guimarães (1926), que descreveram o meteorito pela primeira vez, relataram a presença de crosta de fusão verde clara a verde escura e textura intersticial de grão fino. Duke & Silver (1967) referiram-se à Serra de Magé como uma rocha de grão grosso exibindo textura equigranular a ofítica e afinidades gabróicas. Depois, Prinz et al. (1977c) apontaram que o meteorito mostra uma textura de mosaico com granulação média a grossa, nenhuma indicação de metamorfismo de choque e evidência de ser um cumulado, conforme sugerido pela análise petrográfica do feldspato. Uma orientação planar do plagioclásio no Serra de Magé também foi observada por Duke (1963). Fonte: Gomes & Keil (1980).
GEOQUÍMICA:
Serra de Magé consiste essencialmente de plagioclásio e piroxênio. Uma vez que a rocha é relativamente de grão grosso e heterogêneo, proporções dos dois minerais raviam consideravelmente de amostra para amostra. Assim, Duke & Silver (1967) reportaram 56% de plagioclásio e 40% de piroxênio, enquanto Prinz et al. (1977c) reportou 64% e 34% de plagioclásio e piroxênio, respectivamente. Dados normativos publicados posteriormente por outros autores incluem 58.6% de plagioclásio e 38.7% de piroxênio. O plagioclásio é cálcico Ab4.8 An95.1 Or0.1, comumente geminado. Os piroxênios exibem características de exsolução complexas e duas fases opticamente homogêneas: hiperstênio En53.8 Fs44.6 Wo1.6 como o hospedeiro (82% vol.) e augita em quatro hábitos distintos a partir de grãos de hiperstênio e pigeonita. Fonte: Gomes & Keil (1980).
CLASSIFICAÇÃO:
Serra de Magé é claramente de origem cumulada, baseado na sua textura e na distribuição dos elementos incompatíveis, como mostra a evidente anomalia positiva do Eu. A elevada razão U-Rb e o conteúdo de anortita indica que seu corpo parental foi, ou relativamente elevado em elementos refratários ou pobre em litófilos moderadamente voláteis. Experimentos de fusão em baixa pressão em meteoritos do tipo eucrito, feitos por Stolper (1977), demonstraram que o Serra de Magé pode ter se formado de líquidos produzidos por uma fracionação extensiva de fusões parciais avançadas de regiões fornecedoras de líquidos eucríticos ao invés de líquidos de composição semelhantes. Por outro lado, Consolmagno & Drake (1977), usando informações coletadas por Stolper (1977), abundância de elementos terras raras e algumas suposições, concluiu que o meteorito teve origem envolvendo acumulação a partir de líquidos produzidos por uma fracionação extensiva de piroxênio e plagioclásio. Uma investigação detalhada do piroxênio do Serra de Magé mostra que inicialmente ele se cristalizou como pigeonita, mas durante o resfriamento lento, ocorreu exsolução de augita e inversão para hiperstênio. Uma taxa de resfriamento de 4x10-4 ºC/ano e uma profundidade de aproximadamente 5 km foram estimado para a formação do Serra de Magé. Fonte: Gomes & Keil (1980).
CLASSIFICADORES:
Não informado pelo Meteoritical Bulletin Database. O relato da queda e a primeira descrição do meteorito foi feita por Moraes & Guimarães (1926). Fonte: Gomes & Keil (1980).
HISTÓRIA:
O meteorito Serra de Magé caiu numa manhã do dia primeiro de outubro de 1923, na Serra do mesmo nome no Estado de Pernambuco a cerca de 20 km de uma localidade chamada Pesqueira. O meteorito desceu do céu sob a forma de uma bola de fogo e com uma grande explosão seguida de sons semelhantes a tiros de arma de fogo, durando aproximadamente três minutos. Uma chuva de pedras caiu sobre uma extensa área e pelo menos cinquenta fragmentos, na maioria com cinco cm de diâmetro com alguns atingindo 10 cm, foram recolhidos pela população local. Nas localidades próximas a queda, como Garanhuns e vilarejos vizinhos, houve quebra de janelas e objetos caíram por terra. Descrição obtida nos documentos de M. E. Zucolotto.
Todas as informações que não possuírem fonte especifica, foram extraídas do Meteoritical Bulletin Database.
Todas as imagens possuem direitos autorais.
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