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PUTINGA

Rochoso

TIPO:

CLASSE:

CLAN:

GRUPO:

SUB-GRUPO:

TIPO PET.:

EST. CHOQUE:

INTERPERISMO:

PAÍS:

ANO:

DESCRIÇÃO:

CONDRITO

ORDINÁRIO

H-L-LL

L

6

BRASIL - RS

1937

Condrito Ordinário Equilibrado L6 com características texturais e mineralógicas de eventos de choque.

PETROGRAFIA:

O meteorito exibe uma textura com elevada recristalização, sendo apenas alguns poucos côndrulos discerníveis em meio a matriz. Os côndrulos visíveis variam em formado (redondos a alongado), tamanho (com média de 0.8 mm) e textura interna (porfirítico, poikilitico, barrado, radial e granular). O meteorito também possui características textural e mineralógica de que sofreu eventos de choque, como a transformação do feldspato em maskelinita e extinção ondulante nos minerais ferromagnesianos. Fonte: Gomes & Keil (1980).

GEOQUÍMICA:

De acordo com Symes & Hutchison (1970) e Keil et al. (1978b), o meteorito consiste principalmente de olivina Fa24.8, piroxênio de baixo Ca (bronzita) Fs21.3 e fases metálicas de FeNi (kamacita, taenita e plessita), com quantidades menores de cromita e plagioclásio. Keil et al. (1978b) observou que o plagioclásio maskelinita foi transformado em isotrópico a levemente anisotrópico devido ao metamorfismo por choque em estado sólido. Esta transformação por choque deve ter ocorrido após a recristalização da matriz vítrea. A maskelinita é um oligoclásio em composição Ab81.0 An12.4 Or6.6. Os minerais acessórios incluem cromita e whitlockita.Fonte: Gomes & Keil (1980).

CLASSIFICAÇÃO:

A classificação para o grupo químico L foi sugerido primeiramente por Symes & Hutchison (1970) e depois confirmada por Keil et al. (1978b), através da composição de olivina, piroxênio, plagioclásio, cromita e da química total. A química total suporta a classificação L devido às seguintes razões encontradas por Keil et al. (1978b) e Symes & Hutchison (1970), respectivamente : Feº/Ni (5.24; 5.50), Fe/SiO2 (0.58; 0.58) e Feº/Fe (0.27; 0.28), assim como a concentração de Fe total no meteorito (22.31%; 23.3%) e total de FeNi de 7.25% e 7.86%. A classificação petrográfica tipo 6, de acordo com Van Schmus & Wood (1967), é devido a elevada recristalização da matriz, textura condrítica muito pouco definida e a homogeneidade composicional das olivinas e piroxênios. Fonte: Gomes & Keil (1980).

CLASSIFICADORES:

Não informado pelo Meteoritical Bulletin Database. Uma descrição preliminar foi dada por Roisenberg (1970). Um estudo mais detalhado sobre o meteorito foi feito por Symes & Hutchison (1970) e Keil et al. (1978b). Fonte: Gomes & Keil (1980).

HISTÓRIA:

O meteorito caiu na tarde (16:30) do dia 16 de agosto de 1937. Toda a cidade de Putinga estava reunida para festejar o dia do padroeiro da cidade, São Roque, quando, de repente, ouviram-se estampidos como que de fogos-de-artifício e, ao mesmo tempo, trovões a céu claro: "fulmine al cielo sereno", expressão muito usada na região povoada por colonos italianos e alemães. Todos se entreolharam assustados, quando uma nuvem escura toldou o céu e uma chuva de pedras caiu sobre a cidade. Um cheiro de queimado, parecido com o de enxofre, tomou conta do local. O Dr. Vicenzo Guaragna, médico italiano ali domiciliado, foi logo taxativo dizendo tratar-se de um meteorito com certeza, no que foi acompanhado pelo padre. Outras testemunhas mais tarde diriam ter visto grandes pedaços de pedra caindo do céu, bem próximo à cidade. No dia seguinte, cerca de 200kg de pedra foram retirados de buracos com cerca de 1 a 2 metros de profundidade. A precipitação de milhares de fragmentos menores atingiu também o município vizinho de Ilópolis e parte de Soledade. A chuva de meteoritos foi talvez a maior já ocorrida em território brasileiro. Foram recolhidos poucos mais de 200kg, na época e, pelos cálculos, pelo menos 1000kg ainda se encontram perdidos entre as matas de pinheiro que cobrem a região.O interesse despertado na época empolgou todo o Estado, sendo o assunto publicado com destaque nos jornais dos dias seguintes. O então prefeito de Putinga, Demétrio Costi, fez chegar ao jornal Diário de Notícias, de Porto Alegre, dois fragmentos pesando 45kg, um, e 55 kg., o outro. Ambos ficaram expostos por um longo período no saguão da sede do jornal. Posteriormente, o fragmento de 45kg foi enviado para o Museu Luiz Englert, da UFRGS, onde até hoje se encontra. Com o passar do tempo, o acontecimento caiu no esquecimento. Os meteoritos foram desaparecendo de vista, assim como a memória... Nada se sabe hoje sobre o de 55kg, que fora levado ao jornal; tampouco se tem notícias de outro fragmento, este pesando 90kg. Em 1963, já conhecendo a importância dos meteoritos, o Dr. Hardy Grunewaldt, médico residente em Arroio do Meio procurou informar-se sobre o fato que houvera presenciado quando criança ainda, na cidade de Candelária. Retornando ao local em companhia do Sr. Hermínio Cé, conseguiu alguns fragmentos, remetendo-os depois, acompanhados de um relato de sua história, a alguns museus, entre os quais o Smithsonian Stitution, de Washington, o Museu do Vaticano, o Deutsche Museum, o British Museum e o Museu Nacional do Rio de Janeiro. O bólido fora visto em diversas cidades da região do rio Taquari, no Rio Grande do Sul, seguindo uma linha reta de SSE para NNW deixando uma trilha de fumaça que permaneceu no céu até o anoitecer. O efeito sonoro fora ouvido num raio de 50km e pode ser observado num raio de pelo menos 100km. Descrição obtida nos documentos de M. E. Zucolotto.

Todas as informações que não possuírem fonte especifica, foram extraídas do Meteoritical Bulletin Database.

Todas as imagens possuem direitos autorais.

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